segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Quando as coisas não dependem de nós...

Se tem uma coisa que me deixa angustiada é ter pendências. Mais ainda quando as coisas não estão ao meu alcance - leia-se: não dependem de mim para serem resolvidas. Às vezes, a vontade que dá é jogar as responsabilidades para o alto por pelo menos um dia, sem pensar nas consequências. E tocar minhas preciosas 24 horas sem pretensão alguma, a não ser a de poder fazer aquilo que der na telha.

Isso não significa ser comodista e irresponsável. Às vezes, o ócio chega até a ser mais produtivo do que ter uma agenda lotada de compromissos... Na sociedade atribulada em que vivemos, quase não sobra tempo para apreciar coisas simples, como dar uma volta no parque no fim da tarde. Já pensou o quanto ganharíamos em qualidade de vida, saúde e bem-estar, se nos habituássemos a esses pequenos detalhes?

Acho uma tremenda contradição quando vejo esses artigos afirmando que é preciso se alimentar bem, fazer exercícios físicos, cultivar hobbies, estar cercado de pessoas queridas, viajar, cuidar do meio ambiente e, ainda por cima (!), administrar bem a vida profissional e afetiva, a família, a casa, a conta bancária... Se alguém tem essa receita de sucesso, por favor, me envie!

O fato é que não temos o controle das nossas vidas e não nos conformamos com isso. Estamos numa busca permanente por aquilo que não temos, por aquilo que não somos, nem nunca vamos ser, e ficamos angustiados, procurando eternamente uma realização que talvez não tenha sido feita para nós.

Mas como, se a maior graça de tudo é sermos, justamente, incompletos? Somos humanos e precisamos entender que não há demérito algum em perder o equilíbrio, a paciência e a elegância de vez em quando. Precisamos, é claro, traças metas e lutar por elas, mas sem aquela cobrança que nos tira a paz e a alegria de viver. Aceitar que nem tudo depende de nós é, provavelmente, o primeiro passo para uma felicidade mais concreta e palpável.

Um comentário:

  1. Talitinha, linda!!!! Por que você estava escondendo essas reflexões tão bacanas por tanto tempo??? Concordo plenamente com você, o ócio é tremendamente produtivo e necessário!!!! E é perdendo o equilíbrio e a elegância, como você disse, que aprendemos e ser mais centrados!!!
    bjokas

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