segunda-feira, 27 de junho de 2011

O poder do "sim" e do "não"



Nesses dias estava lendo uma entrevista com uma atriz global. Em seu relato de dificuldades até alcançar o tão sonhado pedestal da fama, uma frase me chamou a atenção: "Um 'não' não muda nada. Só o 'sim' tem esse poder". Sábias palavras!

Infelizmente, muitos de nós não pensamos assim e ficamos completamente desestimulados diante das negativas que a vida apresenta. O "não" ressoa em nossas mentes por bastante tempo, cria raízes e, muitas vezes, faz brotar mágoa, desespero e dor.

Mas se formos refletir de maneira racional, realmente, um "não" muda em nada a nossa condição. Claro que afeta as nossas expectativas, mas é justamente essa negação que nos dá a possibilidade de testar nossa capacidade de persistência ou mesmo repensar nosso caminho.

Imagino que uma vida repleta de "sins" seria bem mais fácil, mas, por outro lado, completamente sem graça. Já pensou se tudo fosse programado segundo a perspectiva de cada um? O mundo seria uma confusão geral, e nós seríamos mais prepotentes, egoístas e despreparados.

E o que dizer do "talvez"? Afinal, sempre há saídas além dos extremos... Para alguns, ele é sinônimo de ilusão. "Pra que alimentar uma ideia que pode nunca se concretizar?". Sim, isso é possível... desde que você não tente. Eu prefiro pensar que, por trás desse advérbio, há uma pontinha de esperança de que as coisas podem dar certo um dia e, por isso, corro atrás. Se não der, paciência! Vamos nós de novo ao ponto de partida e, mais, com a oportunidade de construir algo completamente inusitado.

A vida não é uma caixinha de surpresas? Que tal, então, desembrulhá-la com o coração aberto a acolher quantos "sins" e "nãos" vierem, sem pressões, medos ou angústias? A nossa atitude diante de cada uma dessas respostas é o que, de fato, traz mudanças significativas para o nosso futuro. Além do mais, sempre existe um "talvez"...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A ambiguidade do tempo



Na manhã de hoje, uma amiga minha escreveu em seu perfil: "Quero que o ano acabe logo!". Embora tenha sentido uma enorme curiosidade de perguntar o porquê da frase, me contive e resolvi pensar no que leva as pessoas a desejarem que os dias passem mais depressa.

Alguns, talvez, querem se livrar de alguma pendência, que se arrasta e os impede de começar um novo projeto. Outros, quem sabe, esperam por uma data no ano seguinte que promete revolucionar suas vidas: uma viagem, o casamento, a chegada de um filho... São motivos alegres ou tristes, mas normalmente cheios de esperança e ansiedade.

É engraçado pensar que ainda existe quem pense que o tempo passa devagar. Com tantas atividades, o homem parece ter reduzido sua jornada diária pela metade. Porém, por mais que se façam cálculos, projeções e agendamentos, o tempo é e sempre será relativo. Porque o tempo é feito das circunstâncias, do imprevisível, e é também fruto dos nossos sentimentos e decisões.

A tecnologia é um exemplo dessa ambiguidade. Na mesma medida em que busca soluções para prolongar a vida humana, apresenta "facilidades" que nos tiram a autonomia, a disposição, a saúde, o tempo, a vida... Parece louco, não é mesmo? Mas é real.

Há aqueles que anseiam tanto pelo futuro que não aproveitam o presente, sem imaginar que a forma com que lidam com o hoje influenciará diretamente o amanhã. Existe ainda o movimento contrário: o das pessoas que vivem presas ao passado e vão incorporando seus traumas de tal forma que não se dão a chance de experimentar um novo tempo.

O tempo, esse mistério eterno... Complexo como só nós, seres humanos, somos. Por isso, ele não se explica, não se mede, não se molda tão simplesmente ao nosso querer. E como todo mistério, deve apenas ser acolhido e desfrutado em toda sua plenitude.

sábado, 11 de junho de 2011

A difícil arte da perseverança

Parece fácil dizer "tente outra vez" quando a derrota não é nossa. Mas quando é o nosso calo que aperta... a coisa muda de figura. A verdade é que ninguém gosta de perder. Perder significa dar de cara com nossos limites e, até que isso aconteça, nos julgamos "bons demais", não é mesmo? Das dores advindas de um fracasso, sobrevém a necessidade de superação. Mas e quando esses fracassos são sucessivos? Quando você insiste, persiste, mas não consegue?

A primeira ideia, e a mais confortável, é desistir. Desistir é mais fácil que recomeçar. O desgaste, o medo, a pressão psicológica (sua e dos outros) tornam mais árdua essa tarefa de, mais uma vez, se reerguer, dar a cara a bater, se lançar... E esse grande desafio, só VOCÊ pode encarar. Por maior que seja o apoio que receba, na hora "H", são apenas VOCÊ e SEU OBJETIVO. É o momento de você mostrar que está preparado e que não foi em vão o seu esforço.

Tudo parece perfeito, até que um pequeno deslize desestabiliza tudo e leva você a uma sucessão de erros... erros bobos e, por isso, imperdoáveis. Daí você desmonta, quer chorar, fugir dali... Enquanto isso, perguntas não cessam de martelar sua mente: O que pode ter dado errado se ensaiei tudo direitinho? Porque não consigo mostrar minha capacidade a quem realmente precisa saber?

Silêncio, desespero, lágrimas e uma triste conclusão: você não confiou em si mesmo. A insegurança é a grande responsável por minar as forças de qualquer ser humano. Principalmente daqueles que não admitem falhar. A saída? Calma, dirão alguns. Um milagre, talvez. Quem sabe a perseverança? Perseverança... talvez seja esse o caminho. Se não lhe resta outra solução, escolha tentar outra vez. E espere para ver.