quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ê, Matão...

Um lugar lindo, de gente animada, de expressões e sotaques peculiares, de comida boa. Esse é o Mato Grosso do Sul, ou Matão, para os íntimos. Estive por lá na semana passada e fiquei encantada com aquele pedacinho de chão.

Campo Grande é uma cidade limpa e organizada. Embora tenha crescido bastante nos últimos anos, segundo me contaram, não perdeu aquele ar de interior que eu tanto aprecio. As casas são amplas. Algo curioso que notei é que a maioria delas não tem sala de jantar, mas varandas espaçosas que servem como pontos de encontro para conversas, churrascos e muito chamamé, um gênero musical tradicional da província de Corrientes, Argentina, apreciado também no Paraguai e em vários locais do Brasil. Os dias estavam quentes, mas nada que um bom tereré - espécie de chimarrão super gelado - não tenha conseguido resolver!

A culinária inclui o carreteiro, o churrasco, o sorvete de gelinho e o típico sobá, uma macarrão oriental com molho shoyo, carne e cebolinha picada. Tudo isso e muito mais pode ser encontrado na Feirinha Central, parada obrigatória para qualquer visitante da "Cidade Morena". Outro atrativo são os parques. Conheci o das Nações Índigenas, que é de fato maravilhoso, com suas capivaras dando as boas-vindas aos caminhantes.

E por falar em beleza, por que não falar do lugar cujo nome é quase um eufemismo? Bonito poderia se chamar Lindo sem problemas. Por conta do pouco tempo disponível, ficamos apenas um dia naquele paraíso. Não foi suficiente, mas com certeza inesquecível. Fizemos um passeio de flutuação no rio Sucuri, cuja água é considerada a mais cristalina do país e a terceira do mundo. O nome, como informou o guia, é por conta das ramificações das águas, mas não seria impossível encontrarmos uma ou outra "cobrinha" passeando por lá. Ainda bem que não tivemos essa surpresa...

Com o pé na estrada, passamos ainda por Bela Vista e por Ponta Porã. Ambas fazem fronteira com o Paraguai. Na primeira, o tempo parece passar mais devagar. É tranquila, mas também tem seu charme. A segunda, por sua vez, é um caldeirão fervilhando ao lado da inusitada Pedro Juan Caballero, que reúne inúmeras lojas com vendedores ávidos por alguns trocados e consumidores alucinados por todo tipo de tranqueira. Como diz uma amiga minha, lá vende até "ar engarrafado"!

Além das paisagens, da comida e dos objetos característicos, o que me impressionou (só para variar) foram as pessoas que conheci. Gente acolhedora, festeira, feliz. Gente que é fiel as suas raízes e expressões. Gente que não finge ser aquilo que não é só para agradar. Gente engraçada e que gosta de dançar. Gente que vai ficar sempre guardada na lembrança. Uma barbaridade, guri! =)

Rio Sucuri em Bonito: uma infinidade de belezas

Entardecer no Parque das Nações Indígenas

Cidade do Papai Noel em Campo Grande

O maravilhoso sobá

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sobre o medo de dirigir e outras coisas...

"Para tudo! O que eu estou fazendo aqui?" foi o que eu pensei ontem quando, na décima aula de direção, deixei o carro morrer pela centésima vez. Não deu para esconder o desespero. A lágrima escapou quase sem querer. Nunca havia sentido tanta dificuldade em aprender algo. Me senti até meio burra por não conseguir responder aos comandos insistentes da instrutora - isso mesmo: uma INSTRUTORA, o que é muito bom para quebrar o preconceito que as próprias mulheres têm consigo mesmas.

Para piorar a situação, um motorista idiota parou o carro diante do meu embaraço em fazer uma curva, bateu palmas e soltou em tom irônico: "Isso mesmo, é assim que se aprende". Clap, clap, clap. Que raiva! Até parece que ele nasceu sabendo!

Sei que daí por diante foi um desastre. Fiquei com medo e não consegui grandes avanços. O medo nos paralisa. Seja o medo de dirigir, o medo de viajar de avião, o medo de levar bronca, o medo de não ter um amor correspondido... O medo é uma pedra no nosso sapato; enquanto não for jogado fora, não nos permite caminhar.

Medo, ao contrário do que pregam alguns, nunca é bom. Nem mesmo aquele que a gente finge que aceita para se proteger, como o medo de saltar de paraquedas, por exemplo. O medo - eis a chave da questão - não deve ser confundido com prudência. A prudência te faz parar e pensar em qual caminho seguir. Te faz por os pés no chão e perceber que você não pode tudo, mas pode buscar alternativas para não ficar sempre na mesma.

O medo, por sua vez, joga baixo. Ele faz você pensar que é incompetente, que os outros são sempre melhores e que você é um completo fracasso. O medo faz você desistir dos seus sonhos porque alguém disse que o melhor seria nem tentar. O medo é próprio dos covardes, dos que há muito deixaram de lado o árduo, mas recompensador ofício de começar tudo outra vez.

Eu não gosto de ter medo, mas eu tenho. É difícil conviver com ele e, vez por outra, ter de enfrentá-lo. Vencê-lo, contudo, é a melhor parte. Você se reconhece forte, você se sente vivo.

Hoje eu decidi que não poderia ter medo do volante por uma questão muito prática: PRECISO aprender a dirigir! E andei toda faceira pela cidade - ainda descompensada na passagem das marchas, é verdade, mas é melhor que nada! O carro (graças ao auxílio paciente da instrutora) morreu uma única vez, mas poderia ter morrido até dez. A grande vitória do dia foi que eu enfrentei meu algoz e pude, literalmente, sair do lugar.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Fazendo planos...


Final de ano é tempo de fazer um balanço do que passou e, sobretudo, de planejar. Eu, por exemplo, gosto muito de fazer listas nesse período. Nos últimos anos, algumas promessas têm ficado só no papel. Mas posso dizer que, na maior parte dos dias, aconteceram coisas muito melhores do que as metas que estabeleci.

No final de 2008, tinha prometido viajar mais em 2009 e fui além: mudei de cidade. Queria arrumar um emprego médio após terminar a faculdade. Resultado: passei em um concurso público. Alimentava o desejo de, quem sabe, ficar noiva e acabei casando no mesmo ano. Que loucura! Minha vida virou de cabeça para baixo!! Nunca vou me esquecer daquele ano e de como as coisas foram acontecendo e fugindo do meu controle. Posso afirmar sem medo: não poderia ter sido melhor...

2010 também foi especial. Casa nova, uma família a ser construída e muitos desafios pela frente. Algumas dores e frustrações. Muitas alegrias, sorrisos, surpresas e bênçãos. Colocando na balança, posso dizer: valeu a pena. Valeu a pena planejar e, ao mesmo tempo, perder o controle da minha lista de desejos e promessas. Deus sempre tem algo melhor a oferecer e eu estou aqui, de coração aberto, para receber esse presente.

Para 2011, anseio por alguns objetivos. Perder alguns quilinhos, conhecer alguma cidade do Sul do país, estudar, ler bons livros, assistir a mais filmes, escrever mais e melhor, dirigir sem medo, comprar um carrinho mais novo, cultivar minhas amizades, rezar... Desejo ainda paciência para aceitar as coisas que não posso mudar e sabedoria para acolher as novidades. O resto é simples: tocar em frente e ser feliz!

Um excelente ano novo para todos nós!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A heroína do cotidiano

Escrevi este texto em 2008, quando estava na faculdade. O exercício fazia parte do projeto "Revista Entrevista", do Curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Universidade Federal do Ceará. Idealizada pelo mestre Ronaldo Salgado, a publicação, que este ano completou 18 anos, tem a proposta de explorar a fundo o perfil dos seus entrevistados. Sem dúvida, foi uma das maiores experiências que tive, do ponto de vista jornalístico e humano.

A seguir, o olhar que tive sobre dona Terezinha Mapurunga, uma das entrevistadas da Edição 20.


Existem pessoas com as quais não precisamos conviver muito para admirar; quando menos esperamos, passamos a nutrir por elas um afeto inexplicável. Dona Terezinha Mapurunga é assim: basta se acostar um pouco mais para perceber a grandeza e a simplicidade de sua alma. Olhar terno e cansado, de quem muito já lutou nessa vida. Presença que já fala por si mesma, ainda que envolta num silêncio. Beleza e força interior que não se compara; se contempla. Trajetória resumida numa palavra só: exemplo.

Desde a infância, vivida lá no Sertão das Oiticicas, a menina Terezinha já carregava consigo seu companheiro mais inseparável: o trabalho. Na fase em que criança só quer saber de brincar, ela pastorava os irmãos menores, vendia tecidos na venda e ensaiava com a mãe, dona Julita, o ofício (ou arte) que a tornaria conhecida anos mais tarde: a culinária.

Levando as recordações das terras onde nasceu, dona Terezinha mudou-se para o aconchego da sede de Viçosa do Ceará ainda na flor da idade. As festas no gabinete da Câmara Municipal marcaram a juventude vivida no paraíso da Ibiapaba. “Era uma coisa linda, decente”, imagina. E foi na mocidade que um rapaz maduro, chamado Alfredo Miranda, se engraçou pela boneca de olhos azuis e tez branca. A esse cavalheiro, Terezinha deu a mão.

A celebração do matrimônio, em 1952, não teve pompas, mas foi revestida de todo sentido. Afinal, de que valem as aparências, se não existe a emoção da entrega? Dedicação, cumplicidade e superação são as bases desse amor de mais de cinco décadas, já eternizado. A história é capaz de emocionar até os corações mais desiludidos com essa “conversa fiada” de se querer bem. Entre os frutos plantados e colhidos na união, estão os sete filhos, dos quais ela se orgulha; sua riqueza maior, diz.

Como toda boa mãe, dona Terezinha sempre acolheu muitas pessoas em seu lar: de parentes vindos do sertão para estudar na cidade a visitantes estrangeiros e personalidades. Quase sem perceber, a morada, construída com o suor de seu Alfredo, foi se transformando na Casa dos Licores, ponto da cidade em que sons e sabores se enamoram, numa combinação perfeita.

A todos, naquele cenário bucólico e enigmático, ela parece tratar com a mesma atenção. A entrada pela cozinha; a degustação de quitutes arrumados sobre a mesa; o passeio pausado entre os tantos registros familiares espalhados pelo corredor e a visita à antiga bodega com cachaças envelhecidas e infindáveis tipos de “mijos de menino” fazem parte do percurso daqueles que por lá chegam. A melodia do pife de seu Alfredo dá o tom à visita, e os quitutes de dona Terezinha, o gosto. “As melhores petas do mundo!”, como proferem alguns.

Preparar o alimento, aliás, é só mais uma das coisas que a quituteira faz com primor e afinco. O que tanto importa não é, essencialmente, aquilo que ela faz, mas como faz. Amor e energia positiva parecem ser os principais ingredientes de petas, licores, “bulins”, biscoitos de nata e sequilhos. Em sua cozinha, tudo se cria, tudo se transforma. No diálogo travado conosco naquela tarde chuvosa de sábado (26 de abril de 2008), ela revelou, inclusive, a alegria que sente em servir e, mais ainda, de ver de perto o sorriso nos lábios de quem se apraz com suas iguarias. “Ah, eu fico orgulhosa, fico!”, entrega-se.

Mas se engana quem pensa que a “fama” pelo talento culinário lhe sobe à cabeça. dona Terezinha não se vangloria; não se ensoberbece; não busca os seus próprios interesses; não se irrita; não suspeita mal. É como o amor, assim descrito na carta de São Paulo aos Coríntios. Suas ambições são mais singelas; bens materiais não a iludem. Vive com sacrifício e, com a fé e a sabedoria que lhe são inerentes, vai reunindo forças para enfrentar as duras batalhas do dia-a-dia.

Talvez, em alguns aspectos, sua história se assemelhe a de tantos outros pequenos heróis e heroínas, esquecidos no anonimato. São pessoas que não lutaram em guerras, mas que venceram desafios na vida. Para alguns, biografias sem aparente valor; para nós, preciosas em sua singularidade. Portanto, eis aqui o retrato peculiar de dona Terezinha, a nossa brava e doce heroína do cotidiano.

Crédito da imagem: Alinne Rodrigues

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Intimidade x individualismo


Um dia desses, eu estava folheando as páginas de uma revista e me deparei com uma frase de um famoso empresário e apresentador de TV: “Excesso de intimidade acaba com o encanto do casamento”. As palavras me pareceram estranhas e li mais umas três vezes para me certificar se era aquilo mesmo. O pior é que era.

Na mesma hora, me lembrei de uma atriz global que certa vez disse que, em sua casa, havia, no mesmo banheiro, duas pias e dois chuveiros (!?), pois, segundo ela, "não há romance que resista à disputa de espaço logo cedo, na hora de escovar os dentes".

Não sei se é a falta de experiência (estou ainda no primeiro ano de casamento), mas eu discordo completamente desse pensamento. Como assim excesso de intimidade estraga relacionamento, gente? Como eu posso imaginar estar todos os dias ao lado de uma pessoa com quem eu não posso dividir as minhas misérias, defeitos, manias? Perguntei ao meu marido o que ele achava disso. Ele concordou comigo: "É muito individualismo!".

Acho que os casais estão confundindo as bolas. Naquela ânsia de não perder a sua "personalidade", as pessoas estão entrando num relacionamento cheias de medo e, por isso, caem no egoísmo. Não querem dividir, quem dirá revelar aquilo que há por trás de uma roupa bonita, de um cabelo arrumado, de uma porta de banheiro fechada...

Não estou dizendo que, por excesso de intimidade, as pessoas devam perder zelo com o outro. Ser íntimo de alguém não significa andar com camisola furada ou soltar "pum" a torto e a direito... Mas se policiar o tempo inteiro para não escorregar nem um pouquinho e preservar a sua imagem intacta? Para mim, seria melhor casar com um robô, que eu poderia programar para atender sempre às minhas expectativas.

Namorei por quase sete anos antes de casar. E tem certos comportamentos que só revelamos mesmo quando passamos a dividir o mesmo teto. É claro que, no início, você pode estranhar um pouco, mas o sentimento de liberdade, de compartilhamento, é bem maior do que qualquer constrangimento inicial.

É preciso extirpar as máscaras e parar de viver de aparências! E para isso é preciso coragem. Se, por um momento, a pessoa te decepcionar, parabéns, seja bem-vindo ao mundo real!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Espírito natalino


Lá pela metade de novembro ele chega. E vai se revelando por meio dos pisca-piscas iluminando a cidade, dos panetones que enchem os olhos de desejo e a boca de água, das imagens de Papai Noel cada vez mais exóticas, dos presépios cheios de significado... Ele é o conhecido espírito natalino, que contagia a todos nessa época do ano.

Sempre gostei de Natal. A família reunida, a troca de presentes, a ceia, a Missa do Galo. Para mim, essa é uma data, de fato, especial.

Tenho boas recordações da infância, quando ia dormir cedo à espera do presente a ser colocado debaixo da cama. O último Natal que passei com minha mãe foi marcante. Naquela noite eu não queria dormir de jeito nenhum. Já era madrugada e, para não quebrar o encanto, ela me chamou à cozinha para tomar um suco. Enquanto isso, alguém colocou sorrateiramente o presente em meu quarto. Quando voltei, lá estava a bonita caixa colorida e com laço de fita. "Como será que o Papai Noel conseguiu entrar aqui?", eu me perguntava, ingênua. Até hoje tenho aquela boneca...

Quando a gente cresce, os presentes também têm seu valor. Porém, mais do que isso, o Natal passa a ser momento de reflexão. Você pensa em tudo o que fez e deixou de fazer durante o ano, faz planos para o futuro e deseja sinceramente que os próximos dias sejam melhores... Você perdoa com mais facilidade aqueles que te magoaram e se solidariza com a dor do outro...

O problema é que, na maioria das vezes, esse clima de esperança e emoção se esvai nos primeiros dias do ano novo. As pessoas que fazem doações a instituições carentes no Natal são as mesmas que fecham o vidro do carro quando um menino "de rua" se aproxima... Aquelas que te abraçam e desejam boas festas são as mesmas que depois nem olham na sua cara...

Infelizmente, a realidade é assim. E é ruim ter que admitir isso. Mas, sem querer ser totalmente pessimista, eu ainda acredito que podemos ser diferentes... Ser firme nos propósitos não é algo fácil, mas também não é impossível. O Natal está chegando. 2011 já está aí. Façamos nossas promessas! :)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Quando as coisas não dependem de nós...

Se tem uma coisa que me deixa angustiada é ter pendências. Mais ainda quando as coisas não estão ao meu alcance - leia-se: não dependem de mim para serem resolvidas. Às vezes, a vontade que dá é jogar as responsabilidades para o alto por pelo menos um dia, sem pensar nas consequências. E tocar minhas preciosas 24 horas sem pretensão alguma, a não ser a de poder fazer aquilo que der na telha.

Isso não significa ser comodista e irresponsável. Às vezes, o ócio chega até a ser mais produtivo do que ter uma agenda lotada de compromissos... Na sociedade atribulada em que vivemos, quase não sobra tempo para apreciar coisas simples, como dar uma volta no parque no fim da tarde. Já pensou o quanto ganharíamos em qualidade de vida, saúde e bem-estar, se nos habituássemos a esses pequenos detalhes?

Acho uma tremenda contradição quando vejo esses artigos afirmando que é preciso se alimentar bem, fazer exercícios físicos, cultivar hobbies, estar cercado de pessoas queridas, viajar, cuidar do meio ambiente e, ainda por cima (!), administrar bem a vida profissional e afetiva, a família, a casa, a conta bancária... Se alguém tem essa receita de sucesso, por favor, me envie!

O fato é que não temos o controle das nossas vidas e não nos conformamos com isso. Estamos numa busca permanente por aquilo que não temos, por aquilo que não somos, nem nunca vamos ser, e ficamos angustiados, procurando eternamente uma realização que talvez não tenha sido feita para nós.

Mas como, se a maior graça de tudo é sermos, justamente, incompletos? Somos humanos e precisamos entender que não há demérito algum em perder o equilíbrio, a paciência e a elegância de vez em quando. Precisamos, é claro, traças metas e lutar por elas, mas sem aquela cobrança que nos tira a paz e a alegria de viver. Aceitar que nem tudo depende de nós é, provavelmente, o primeiro passo para uma felicidade mais concreta e palpável.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Comer...



Há muitos prazeres na vida. Para mim, um dos principais é comer. Eu simplesmente amo comer!!! E não são comidinhas leves, light, diet não! Meu paladar fica aguçado é com as massas, as carnes, os molhos, os doces... Hummm!

Sou de um lugar onde a salada não é, por tradição, o prato principal. Talvez por isso seja tão difícil para mim ceder espaço a verduras e legumes no prato. Nada contra quem é vegetariano ou privilegia uma alimentação mais saudável e equilibrada. Pelo contrário. Acho bacana o hábito de se cuidar e tal. Mas para mim isso não funciona muito, não. Desde que mudei pra Brasília, até que procurei selecionar melhor o que como. Fora de casa, é claro. Porque na minha cozinha, o macarrão e as carnes ocupam o topo da lista de supermercado.

O último livro que li foi "Comer, rezar, amar", que como todo mundo já está cansado de saber é escrito por Elizabeth Gilbert, que conta sua experiência em busca do prazer, da paz e do equílibrio e, para isso, passou pela Itália, Índia e Indonésia. Adivinhem qual foi o meu capítulo preferido? O da Itália, é claro!

Acho que a vida se torna muito mais divertida com comida! Há coisa melhor que se reunir com os amigos ou a família em torno de uma mesa? Além disso, comer também é cultura! Tanto que, a maioria das pessoas, quando viajam, procura saber o prato típico daquele lugar, porque os alimentos dizem muito da história de uma cidade, de um povo... Se a máxima "você é o que você come" for verdadeira, muito prazer, meu nome é Talita. Que tal um spaghetti?

terça-feira, 30 de novembro de 2010

A vida como ela é

A vida é engraçada. É cada reviravolta que dá. Tudo poderia ser tão simples, mas que graça teria se não fosse complicado?

Nos últimos meses, muita coisa aconteceu. Minha casa mudou. Minha rotina mudou. Minha vida mudou. Perdi alguém muito especial, que nem mesmo cheguei a conhecer, mas que fez parte de mim como ninguém mais fez. Ganhei alguns amigos. E sim, amigos nós reconhecemos também nos momentos de dor.

Como em toda mudança, sofri um pouco. Mas estou levantando. Passei a olhar para mim de maneira diferente e gostei mais. Estou mais alegre, mais vaidosa, mais saudável. Tirei projetos do papel e estou tocando cada um em seu ritmo.

Viajei. Li um bom livro. Sai com os amigos. Ri. Chorei. Desesperei. Tive esperança. Desisti. Recomecei. Rezei. Questionei. Briguei. Reconciliei. Amei. Afinal, de que vale a vida se não há emoções, atropelos, recomeços? É assim que ela é. É assim que deve ser.

Preciso voltar!




Saudades de escrever aqui. Preciso voltar logo! Muitas coisas pra compartilhar.
:)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

E nada me faltará...

É maravilhoso perceber como Deus tem cuidado de mim e daqueles que amo. É tamanho Seu zelo que às vezes chego a pensar que não mereço tanto. Ele tem sido fiel e sua providência não me falta nas mínimas coisas. Pode até surgir uma situação que, a princípio, me deixa angustiada, mas Deus, com seu infinito amor, sempre me mostra que tudo dará certo e que não preciso me preocupar. Quem dera minha fé não fosse ainda tão pequena! Com certeza, não me preocuparia com as dificuldades que surgem...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Diálogo e plenitude

O que é a plenitude senão se sentir em paz consigo mesmo, com Deus e com os que estão ao seu redor? Muitas vezes, a vida coloca situações difíceis para que possamos acordar e rever alguns conceitos, dizer o que não foi dito, chorar o que está entalado.

Hoje eu me senti um pouco assim: plena, de consciência tranquila. Pensei que, verdadeiramente, "o amor precisa dobrar para não se romper". E isso é exatamente o contrário de "ter orgulho próprio", ou seja, pensar que você está certo e os outros que fiquem com suas próprias convicções. Agir assim não nos leva a lugar nenhum. Ao contrário, ficaremos cada vez mais isolados e vazios.

O diálogo é o melhor remédio para histórias mal resolvidas. Você pode até não concordar com o que a outra pessoa pensa, mas ao menos lhe dará a chance de se expressar. Nessa abertura, pode-se até convencê-la de que as coisas não são bem do jeito como ela imagina. Mas, antes disso, é preciso que ela fale e você ouça. E talvez no final você perceba que há certo sentido no que ela defendia.

Conclusão: melhor do que ficar batendo cabeça é conversar, buscar um entendimento. No final de tudo, eu acredito, o amor vencerá!

Achei um texto maravilhoso no site da Canção Nova. Fala um pouco sobre isso que acabei de escrever aqui. Dá uma passada lá!

sábado, 14 de agosto de 2010

Minhas memórias tristes

Esses dias ando meio triste. Não sei explicar. Até sei o porquê, mas é complexo demais para ser descrito.

Minha tristeza é porque nada é como antes. Foram tantas mudanças em pouco tempo e parece que a ficha só agora caiu. Não é que eu esteja infeliz. Pelo contrário. Eu sou feliz! E muito. O que dói é perceber que nem todo mundo se acostumou com essa nova fase em minha vida.

As pessoas são as mesmas. Eu é que mudei. E considero, sem falsa modéstia, que foi para melhor. Estou mais madura, segura, determinada. Já não sou mais aquela menina dependente de uma opinião para tomar certas decisões. Pudera, eu cresci!

Mas é estranho perceber como essa mudança me distancia de alguns. É muito ruim não ter mais assunto para conversar com pessoas com quem se tinha tanta afinidade. Parece até que nunca nos conhecemos... Difícil. Será culpa nossa ou o próprio tempo se encarrega de promover essas situações? Não sei. Mas está seco de engolir...

Talvez esse mesmo tempo que promove a distância entre os corações resolva apaziguar os conflitos. É possível que as coisas nunca mais voltem a ser como eram antes, mas isso não significa que elas, ao final das contas, não fiquem bem. É o que eu sinceramente espero.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Poderia ser melhor - parte II

Todo mundo um dia se sente desanimado com a vida. Foi sobre isso que desabafei aqui.

Sentir-se desanimado, porém, não significa ter desistido. Por melhor que seja o caminho, sempre haverá dificuldades. Se tudo fosse fácil sempre, a vida não teria a mesma graça. O segredo é continuar seguindo e confiar em Deus. Bola pra frente!

Para aliviar a tensão, uma música de que gosto muito. Essa letra diz tudo!

TUDO POSSO (Celina Borges)

Posso, tudo posso Naquele que me fortalece
Nada e ninguém no mundo vai me fazer desistir
Quero, tudo quero, sem medo entregar meus projetos
Deixar-me guiar nos caminhos que Deus desejou pra mim e ali estar

Vou perseguir tudo aquilo que Deus já escolheu pra mim
Vou persistir, e mesmo nas marcas daquela dor
Do que ficou, vou me lembrar
E realizar o sonho mais lindo que Deus sonhou
Em meu lugar estar na espera de um novo que vai chegar
Vou persistir, continuar a esperar e crer
E mesmo quando a visão se turva e o coração só chora
Mas na alma, há certeza da vitória

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Poderia ser melhor


Hoje estou naqueles dias. Não, não é nada daquilo que você está pensando. É um pouco pior.

Estou naqueles dias de frustração profissional. Eu sei que eu não deveria reclamar, já que muitos gostariam de estar na minha situação: emprego fixo, salário em dia, alguns benefícios.

Mas não é só isso... Posso parecer um tanto quanto utópica, mas ainda sonho com a tal realização profissional. Um emprego em que eu possa acordar e pensar: "Que bom, hoje eu vou trabalhar e tocar aquele projeto!".

Não sou tão boba ao ponto de pensar que existe trabalho perfeito. É claro que sempre vai haver dificuldades e pessoas intragáveis (argh!). Mas gostar do que se faz é fundamental para superar esses obstáculos. Ter estímulo, perspectiva, progresso. Sentir que você erra, mas aprende, não fica estático, na mesmice.

Quando decidi fazer jornalismo, pensava nas reportagens, na rua, nas pessoas, nos textos. Experimentei um pouquinho dessa realidade durante estágio num jornal. A realidade nas redações é meio punk. Os salários são baixos, a carga horária é excessiva, falta carro e você faz uma materinha meia-boca por telefone. Sem falar no ego inflamado de alguns repórteres. Mas sabe que há graça nisso? Existe emoção, correria, novidade, crescimento. Tem um pouco a ver com o imaginário do jornalismo.

Meus olhos brilhavam mesmo era com as revistas. Desde de o início da faculdade, esperava ansiosa pelo Curso Abril de Jornalismo. Queria porque queria fazer parte daquela "nata". Escrever e descobrir um pouco de tudo. Pensar, estudar, (me) informar.

O vento, porém, me levou por outros rumos. Bons rumos até. Recém-formada, em outra cidade, num emprego público na área de Comunicação: o que eu poderia querer mais? Deus foi excessivamente generoso comigo e sou grata por isso. Mas como o ser humano nunca se contenta com o que tem, estou eu aqui a querer algo melhor. Será pecado? Será que estou errada em querer me sentir mais valorizada, mais desafiada, mais explorada (no bom sentido) na profissão que escolhi?

Pior é essa mentalidade daqui. É quase assim: "você só é alguém se passar num concurso". É concurso de manhã, de tarde e de noite. Nos ônibus, nos restaurantes e em qualquer lugar onde dois ou mais estiverem reunidos, o assunto está lá, quase onipresente. Que saco disso tudo! Que saco ver que as pessoas estão perdendo anos de suas vidas fazendo cursinho para passar num concurso e perder outras dezenas de anos num emprego que troca felicidade por estabilidade! Estabilidade... tsc, tsc.

Não tenho nada a ver com a vida das pessoas. Posso falar de mim. E sei que não quero entrar nessa onda. Mas eu tenho outra saída? Não posso simplesmente largar tudo. Também não quero me conformar. Ai, meu Deus, por que essas coisas são tão difíceis?

Preciso pensar melhor no que espero da vida.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Viajar é viver!

Ai que vontade de viajar! Você provavelmente vai pensar que eu sou louca ou no mínimo agitada. Quem passou doze dias num dos lugares mais lindos do país (sim, estou falando do Ceará - serra, sertão e mar!) deveria mais é "aquietar o facho" e voltar à rotina...

Quem disse? Viajar é preciso! Não há nada que uma boa viagem não consiga resolver: doença, estresse, desavenças, saudade... A lista de benefícios não para de crescer. Até mesmo os contratempos dão mais graça aos roteiros!

Lembro-me com detalhes das viagens que eu fazia na infância. Juntava aquela "reca de menino" e ia todo mundo pra casa de praia... Uma alegria só! Lá não passávamos menos que 15 dias e, na volta, muitas histórias pra contar e um bronzeado pra ninguém botar defeito!

Ser criança tem dessas coisas. Mas com o passar do tempo as responsabilidades vão aumentando. Chega o vestibular e a única viagem que você faz é a um mundo desconhecido de fórmulas, regras e outras decorebas que mais na frente você descobre : não servem para nada.

Daí vem a universidade. Você começa a criar asas e viajar com os amigos fica mais legal. Dessa época - e parece que foi ontem -, as minhas preferidas foram à Viçosa do Ceará, cidadezinha serrana, aconchegante, charmosa e simples. O propósito acabou indo além de um complexo trabalho de faculdade (falo disso em outra ocasião). Reunir os amigos, rir à toa, conversar sobre tudo, conhecer a riqueza que há em cada um... ah, essa sim foi a melhor parte.

Só que de repente: PLIM! Virei gente grande e parti para uma grande aventura. Mas, ao contrário das outras, essa viagem não tem dia pra acabar. É imprevisível, cheia de surpresas. Mas enquanto durar, quero aproveitar cada dia e, é claro, explorar outros destinos. Afinal, meu quintal é o mundo.

P.S.: Tenho um sonho secreto (agora nem tão secreto assim). Queria ter um espaço para escrever só sobre viagens, principalmente sobre as pessoas que conheci/conhecerei por meio delas. Possível? Vou deixar que o tempo responda... :)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Felicidade não tem fim...

Estou feliz, imensamente feliz.

Deus cuida de nós e isso é o que importa.

Vínculos

É bom demais ter família e amigos. O tempo passa, mas os vínculos permanecem. Esses 12 dias de volta à terra natal passaram rápido como nunca. Quando se está longe, aí é que percebemos o quanto somos amados e queridos. É um sentimento tão forte que chega a sufocar algumas vezes. É como se nunca mais quisesse nos deixar partir...

Por vezes, lembrei da minha infância. O passeio de pedalinho, o banho de água de pote, as revistinhas da Turma da Mônica... Ô época boa que não volta! Mas não é uma saudade triste. Acho que vivi intensamente cada etapa. As lembranças não se apagam, mas agora é nova fase e eu estou feliz assim! Claro que, se tivesse cada pessoa pertinho, seria melhor, mais seguro. Mas, pensando bem, talvez não fosse tão intenso... Sei lá. Coisas que não se explicam. Só sei que cada instante foi valioso.

Já que não tenho muitas palavras, aí vão algumas imagens:

Moenda de cana de açúcar - Museu da Cachaça em Maranguape (CE)



Vista do lugar - Museu da Cachaça em Maranguape (CE)



Campo de aventura - Museu da Cachaça em Maranguape (CE)



Na estrada para serra de Pacoti (CE)



Um lugarzinho na Serra

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tudo a seu tempo...

Os passos já não têm mais a rapidez de outrora. A postura, no entanto, continua altiva, com a firmeza de quem muito já viveu. Ao contrário de muitos, que com o passar dos anos (e das duras experiências) se tornam amargos e desgostosos, ele, ao que parece, se transformou em um ser ainda mais delicado e sensível. Seu nome? Poderia ser João, Francisco, José... O que de fato importa é que ele fez diferença, ainda que mínima, para quem teve a oportunidade de conhecê-lo. Eu tive.

Encontrar o chamado homem cordial tem sido como achar uma agulha no palheiro, sobretudo nos dias de hoje. Cordialidade não se resume a ser gentil. É mais que isso. É agir com o coração e saber ouvir. E ouvir as pessoas é talvez a melhor forma de valorizá-las.

É por isso que gosto tanto de conversar com os mais velhos. Além da bagagem de histórias que trazem consigo – umas engraçadas, outras meio trágicas -, essas pessoas têm um ritmo diferente do nosso. São pacientes e ricos em detalhes, o que pessoalmente me fascina. São seres literalmente de outro tempo. E que saudade desse tempo, no qual a diversão era conversar livremente nas calçadas, visitar a casa de parentes, ir à feira e comprar o alimento fresco... Tudo sem pressa.

A pressa me corrói. É por causa dela que não paramos para dar atenção suficiente a quem amamos. É por conviver com ela que não conseguimos passar uma tarde ouvindo aquele CD que tanto apreciamos. É em função dela que sempre procuramos o mais prático, o mais rápido, e nos alimentamos mal, e adoecemos e morremos... cedo!

E quando eu penso que não há como fugir dessa loucura, Deus coloca diante de mim alguém como esse senhor de que falei no início. Em poucos minutos de conversa, aprendi que, apesar de tudo, vale a pena ser honesto, sensível, trabalhador. Vale a pena ser feliz e deixar que a vida corra em seu próprio ritmo. E quando essa corrida estiver próxima à reta final, devemos, como ele, ter o mesmo brilho no olhar e o sentimento de missão cumprida.

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E PARA QUEM TIVER TEMPO DE OUVIR...

Oração Ao Tempo
Caetano Veloso

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...

Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...

Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...

Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...

O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...

Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Como um telefonema faz bem!



Confesso que não gosto muito de falar ao telefone. Aliás, eu sempre fui meio "retrógrada" no uso das tecnologias que dizem aproximar as pessoas. Orkut, MSN e G-Talk vieram tardiamente fazer parte das minhas relações. Para mim, esses meios mais distanciavam que qualquer outra coisa.

Hoje, não estou mais tão radical. O pensamento mudou; não com a mesma rapidez com que surgem essas tecnologias de comunicação, mas mudou. É interessante a possibilidade de encontrar e saber como está a vida de pessoas que já não fazem mais parte do seu dia-a-dia, principalmente quando se está em outra cidade.

Mas por que esse assunto agora?

Nessa semana, recebi alguns telefonemas que me deixaram felizes. Algumas dessas pessoas nem conviveram comigo tão intensamente, mas lembraram-se de dar o bom e velho telefonema ao se achegarem em terras candangas. E eu pensei: "Poxa, que legal. Essa pessoa lembrou de mim!". Não, não se trata de uma profunda carência afetiva da minha parte. Mas quem não se sente feliz ao ser lembrado, ao ouvir: "Olha, eu estou aqui! Vamos nos encontrar pra conversar. Faz tempo que não te vejo!". Bom demais, gente!

Isso serve de lição até pra mim. Não ando muito em dia com telefonemas. Sei lá. A gente acaba deixando pra amanhã e, quando se dá conta, já se passaram semanas, até meses, e nenhum sinal de vida.

Continuo acreditando que o olho a olho é a melhor forma de se comunicar. Mas, de vez em quando, um telefonema, uma mensagem no orkut, um e-mail ou um "olá" no bate-papo também podem surtir efeito, né?

Que mundo é esse?

Acompanhando algumas notícias nos jornais, me pergunto: "Que mundo é esse?". A vida tem perdido o valor, a dignidade humana têm declinado aos níveis mais baixos que se possa imaginar.

O que dizer de um pai condenado por arremessar a filha pela janela? E de um esportista acusado de mandar matar a ex-amante apenas para não ter de pagar a pensão de um filho não desejado e preservar sua imagem? Um rapaz matar a mãe apenas para ouvir televisão em volume alto? Trata-se de verdadeiras tragédias familiares. Valores completamente distorcidos numa sociedade onde o poder, o dinheiro e as aparências ditam as regras, mas não compram amor, respeito, honestidade.

E qual o papel da mídia diante dessas situações? Será que explorar esses assuntos, algumas vezes de forma sensacionalista, não incita ainda mais a violência? Muito se discute sobre isso, mas não há resposta.

Só posso dizer que, para mim, está cada dia mais insuportável ler e assistir aos jornais. Difícil encontrar boas notícias. Será que o mundo é mesmo só isso? Ainda prefiro acreditar que não...

terça-feira, 6 de julho de 2010

Chegadas e partidas


Faltam 15 dias. A expectativa de ver familiares e amigos após mais de seis meses é grande. Além disso, é sempre bom sentir o cheiro da terra, a simpatia das pessoas e o sabor da comida que só o meu Ceará tem! Como diz a música, só se tem saudades do que é bom...

Depois de mais de um ano em Brasília, posso dizer até que me adaptei rápido, porque essa é uma cidade totalmente diferente. O clima é seco, as pessoas têm outros comportamentos e valores. No início, foi muito difícil, mas, graças a Deus, tive o apoio de amigos, que foram e continuam sendo fundamentais. O resto, a gente vai conquistando com o tempo. O que não vem para nos derrubar nos torna ainda mais fortes. Faz parte da vida ganhar e perder.

O melhor de morar fora da terra natal é chegar lá e saber que você é ainda mais amado. A distância, se bem administrada, provoca essas coisas... Você diz "eu te amo" com mais facilidade e, de fato, consegue perceber o quanto é privilegiado por ter encontrado pessoas tão especias na vida. É um presente! Que bom que eu poderei desembrulhá-lo devagarzinho daqui a pouco.

Acima, uma pequena homenagem. A foto foi tirada numa viagem a Viçosa do Ceará, uma cidadezinha tranquila, no alto da Serra da Ibiapaba. Uma delícia! Vale a pena conhecer...

Muitos dias após...

Andei um pouco sumida nesses últimos três meses... Tantos assuntos pra falar: Copa do Mundo, filmes, amigos que partiram... Mas faltaram tempo e criatividade para escrever.

No período em que estive ausente, andei passeando por alguns blogs... É interessante perceber como a "blogosfera" aproxima as pessoas. Algumas, como eu, ainda não tiveram a ousadia de se manifestar... Pura timidez, confesso. Esse universo é novo para mim e, às vezes, é difícil se expor. Questão de tempo, só. Daqui a pouco, as palavras já não vão mais faltar e eu vou parar de escrever só para mim mesma... =)

Abraços!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sou jornalista, não uma enciclopédia!

É preciso ter humildade para reconhecer quando não entendemos de um assunto. Dia desses, eu estava fazendo uma espécie de entrevista com um profissional cheio de títulos acadêmicos. Falo “espécie de entrevista” porque, no final das contas, acabou se transformando numa conferência, em que ele só falava e eu só ouvia.

Tenho facilidade para perceber quando as pessoas têm problemas com o próprio ego. Ele logo quis me mostrar que tinha uma visão global das coisas; de fato – reconheço, era muito inteligente. De repente, o que era uma entrevista-conferência tornou-se uma arguição. No meio de uma explicação gigantesca sobre as linhas que dividem o globo terrestre, ele me salta com uma: “Você sabe disso, né?”. Eu, meio perplexa com a pergunta, não consegui esboçar nenhuma expressão...

Pior de tudo é que essa perguntinha insistiu em aparecer nos minutos seguintes da conversa e, daí em diante, na maioria das vezes, passei a responder que “não, eu não sabia!”. Será que é tão absurdo assim eu não conhecer quais fatores influenciam na mudança do PH da água? Creio que não. E ele me olhava como se fosse. O assunto era até interessante, apesar de muito técnico, mas eu fiquei com uma certa revolta quando percebi que ali se tratava de um confronto, em que um dos lados queria mostrar, a todo custo, que sabia mais.

Pois eu digo sem mea culpa: “Parabéns, você venceu!”. Não tenho a menor pretensão de saber tudo, nem mesmo sobre um único assunto. Sou mesmo “uma especialista das generalidades” e não vejo problema nisso. Nem todos os temas me são interessantes e, ainda que fossem, prefiro não conhecê-los completamente. Desejo, sim, exercitar minha curiosidade e buscar sempre aprender com a experiência e o conhecimento dos outros. Com o tempo, vou ganhando maturidade e formulando minhas próprias teses e opiniões sobre as coisas. Quero ler e ouvir sobre tudo e depois esquecer o que não valeu a pena. Cada dia é como se fosse uma folha em branco. Algumas serão armazenadas no livro da vida; outras serão apenas rascunhos...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Escrever, ah escrever...

Pronto: decidi! Já estava na hora de colocar a ideia do blog para frente. Minha vontade de escrever já não se esgota em mim e, agora, cerca de dois anos após o primeiro inside, resolvi colocar adiante esse projeto de ter uma "prosa peculiar". Talvez não haja nenhuma novidade nas ideias que vou postar aqui, mas elas serão peculiares, acima de tudo, porque dizem respeito à forma como eu compreendo o mundo, as pessoas, os fatos enfim.

Pretendo escrever sobre tudo que estiver ao meu alcance: livros, filmes, comportamento, religião, política, cotidiano... Espero que não seja apenas uma fase... Se assim for, quero vivê-la com a máxima intensidade, afinal, para mim, escrever sempre foi algo libertador...

Até a próxima!