quinta-feira, 1 de março de 2012

Meus cabelos brancos têm nome

Quando eu menos esperava, eles, meus cabelos brancos, já estavam lá, faceiros. E olha que eu nem cheguei aos 30... Seria genética, estética, estresse? Não sei. Mas começo a desconfiar que a balança está pendendo mais para o último peso. Culpa da vida, que é cheia de aflições e atropelos? Hum... Talvez não. Acho que o problema está na forma como tenho encarado esses momentos...

Eu queria ser mais tranquila, diria até mais irresponsável. Parar de sofrer tanto após pequenos deslizes, ou mesmo deixar de absorver preocupações por erros que não são só meus. Mas eu “teimo” em ser assim.

Quem me dera fosse isso apenas uma questão de escolha: eu escolho não ser perfeccionista, eu escolho não ser emotiva, eu escolho não ter preguiça de manhã, assim como eu escolho que roupa vou vestir ou o que vou fazer no próximo final de semana. Porém, como é que se muda uma personalidade? Alguém sabe? Porque há certas características tão intrínsecas a nós que fica difícil nos livrar delas! A gente luta, sofre, se desgasta, desiste, mas recomeça, pois lá no fundo a gente quer ser melhor e mais feliz.

Bom, só que “o tempo não para”, como dizia o poeta Cazuza, e eu preciso seguir a vida. Já que não consegui atingir esse meu “ideal de pessoa” (e é bom saber que provavelmente eu nunca consiga), respiro fundo. Às vezes, nem tanto assim, porque ninguém é de ferro! Quando transborda o limite da paciência, eu não aguento: brigo se for preciso, choro na maior parte das vezes. Porque me cobro, porque tento vencer meus limites e, nessa batalha, quase sempre perco...

Ninguém é perfeito. Eu sei, já me disseram muitas vezes. Eu também não sou. Estou longe, bem longe, eu garanto. Mas existem certas coisas que eu gostaria de mudar em mim (e nos outros!). Sei que leva tempo e que preciso aprender a esperar. Como sempre. Enquanto isso, que venham todos os cabelos brancos... Para eles, a solução é mais fácil.