quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ê, Matão...

Um lugar lindo, de gente animada, de expressões e sotaques peculiares, de comida boa. Esse é o Mato Grosso do Sul, ou Matão, para os íntimos. Estive por lá na semana passada e fiquei encantada com aquele pedacinho de chão.

Campo Grande é uma cidade limpa e organizada. Embora tenha crescido bastante nos últimos anos, segundo me contaram, não perdeu aquele ar de interior que eu tanto aprecio. As casas são amplas. Algo curioso que notei é que a maioria delas não tem sala de jantar, mas varandas espaçosas que servem como pontos de encontro para conversas, churrascos e muito chamamé, um gênero musical tradicional da província de Corrientes, Argentina, apreciado também no Paraguai e em vários locais do Brasil. Os dias estavam quentes, mas nada que um bom tereré - espécie de chimarrão super gelado - não tenha conseguido resolver!

A culinária inclui o carreteiro, o churrasco, o sorvete de gelinho e o típico sobá, uma macarrão oriental com molho shoyo, carne e cebolinha picada. Tudo isso e muito mais pode ser encontrado na Feirinha Central, parada obrigatória para qualquer visitante da "Cidade Morena". Outro atrativo são os parques. Conheci o das Nações Índigenas, que é de fato maravilhoso, com suas capivaras dando as boas-vindas aos caminhantes.

E por falar em beleza, por que não falar do lugar cujo nome é quase um eufemismo? Bonito poderia se chamar Lindo sem problemas. Por conta do pouco tempo disponível, ficamos apenas um dia naquele paraíso. Não foi suficiente, mas com certeza inesquecível. Fizemos um passeio de flutuação no rio Sucuri, cuja água é considerada a mais cristalina do país e a terceira do mundo. O nome, como informou o guia, é por conta das ramificações das águas, mas não seria impossível encontrarmos uma ou outra "cobrinha" passeando por lá. Ainda bem que não tivemos essa surpresa...

Com o pé na estrada, passamos ainda por Bela Vista e por Ponta Porã. Ambas fazem fronteira com o Paraguai. Na primeira, o tempo parece passar mais devagar. É tranquila, mas também tem seu charme. A segunda, por sua vez, é um caldeirão fervilhando ao lado da inusitada Pedro Juan Caballero, que reúne inúmeras lojas com vendedores ávidos por alguns trocados e consumidores alucinados por todo tipo de tranqueira. Como diz uma amiga minha, lá vende até "ar engarrafado"!

Além das paisagens, da comida e dos objetos característicos, o que me impressionou (só para variar) foram as pessoas que conheci. Gente acolhedora, festeira, feliz. Gente que é fiel as suas raízes e expressões. Gente que não finge ser aquilo que não é só para agradar. Gente engraçada e que gosta de dançar. Gente que vai ficar sempre guardada na lembrança. Uma barbaridade, guri! =)

Rio Sucuri em Bonito: uma infinidade de belezas

Entardecer no Parque das Nações Indígenas

Cidade do Papai Noel em Campo Grande

O maravilhoso sobá

Um comentário: