terça-feira, 13 de setembro de 2011

Falsos juízes




"Foi você sim!", gritava do outro lado da linha uma arrogante senhora enquanto a atendente tentava explicar, com calma, que não, definitivamente não havia sido ela que lhe havia passado o número errado da central de atendimento. A senhora insistia com seu julgamento até que a atendente, em legítima defesa, alterou a voz e pediu que ela lhe deixasse falar. Ao que parece, a senhora se conteve um pouco, mas, poucos minutos depois, como uma criança birrenta, desligou o telefone sem dar muitas explicações.

Essa cena, eu presenciei hoje de manhã numa central de exames da cidade. E fiquei pensando em como nós podemos ser tão cruéis uns com os outros. "Ah, porque eu acho isso de você!"... "Olha, você está errado"... "Eu sei de tudo, tenho anos de experiência, você é que não sabe da vida...". Afinal de contas, pra que perder o tempo dialogando? Nós somos sempre os donos da verdade, não é mesmo? O outro é quem sempre tem de engolir as nossas opiniões. Apontar o dedo e julgar é sempre mais fácil do que abrir a mente para compreender e tolerar, ou simplesmente aceitar, mesmo a contragosto, que nem tudo funciona da forma como queremos, sobretudo quando se trata de pessoas.

O julgamento é a raiz de muitos males. E a razão é simples. Normalmente, o julgamento é carregado de injustiça e hipocrisia. Fala-se de algo que não se conhece a fundo. São sempre suposições, especulações, aparências... E o que estava apenas no plano das ideias converte-se em verdade absoluta. O resultado é que uma das partes (a que foi falsamente julgada) pode ter sua reputação jogada na lama, o coração despedaçado... Alguns, dependendo da gravidade do julgamento, podem até perder o sentido da vida...

Há aqueles que conseguem seguir seu caminho sem se importar com o que os outros pensam. Todos recomendam isso (uma receita infalível!), mas são poucos os que conseguem. Acho que desde que o mundo é mundo, o homem leva em consideração o que o outro pensa, e isso é bom... mas até certo ponto. Nossos valores são bens inalienáveis, que não se podem corromper. E há um detalhe sutil, que muitos parecem ter esquecido, chamado respeito. Graças a ele, as pessoas conseguem conviver, apesar das diferenças. Se não há, prepare-se para um caminho de pedras!

Precisamos finalmente entender que não somos juízes! Não temos o direito de impor sentenças a ninguém... Quando agirem assim conosco, precisamos nos defender, mostrar o nosso lado, como fez a atendente daquela central de exames. Quase sempre, é claro, "a senhora arrogante vai bater o telefone em nossa cara". Nesses casos, infelizmente não há muito o que fazer, a não ser seguir tranquilo e convicto, sem dar muitas explicações...

2 comentários:

  1. Olá me chamo Augusta ( tenho síndrome do pânico), passo minha manhãs procurando algo q possa aliviar meu coração. Buscando na net encontrei o seu blog e particulamente essa post sobre julgamento. Me encontro em uma situação de julgamento. Estou sofrendo muito pq muitos estão me julgando por um ato impensado no entanto muito doloroso que somente eu sei. O que voce acha?
    Desde já agradeço pela atenção.

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  2. Olá, Augusta! É um prazer tê-la em meu blog. Bom, penso que cada um de nós passa por situações difíceis na vida e muitas pessoas nos julgam sem realmente saber o que se passa. Talvez fosse bom (e até um alívio para sua alma) procurar uma pessoa amiga, em que realmente possa confiar, para partilhar esse assunto. Nesse caso, é importante estar aberta aos conselhos, mas, ao final, a decisão é sempre nossa a respeito do que fazer. Se você cometeu algum erro, lembre-se de que sempre há tempo de voltar atrás, afinal, somos todos humanos! Que Deus a abençoe! Tudo de bom!

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